domingo, 17 de agosto de 2014

Olhos de pantera

Estava tudo bem, ninguém estava olhando, a menina se levantou da carteira, apoiou sua pequena e fria mão no ombro do rapaz , olhou em seus olhos, quando viu já o beijava, fechou os olhos,se afastou um puco, mas deixou sua mão bem onde estava, o rapaz a olhou de baixo com um olhar vago,  levou a sua mão até o rosto e tocou o seus lábios, ele não estava entendendo, a menina abriu seus olhos esboçou um leve sorriso, virou de costas para o rapaz e seguiu em direção a sua cadeira, deu um passo, deu. Antes que pudesse dar outro passo sentiu algo quente,forte, e carinhoso em seu pulso, olhou com o canto do olho, o rapaz ainda estava confuso, inda olhava para ela com aquele mesmo olhar vazio e distante, mas dessa vez parecia estar chegando mais perto, ela virou outra vez, mas agora era para se aproximar. A mão dele, que a segurava firme, afrouxava a cada centímetro que ela se aproximava, ela, a cada centímetro parecia mais focada, cada vez mais se mostrava uma caçadora hábil. Ela se sentou na carteira dele, apoiando suas canelas finas e delicadas próximas as coxas fortes do rapaz encurralado, no plástico frio, o frio já era irrelevante, ela avançou devagar na direção dos lábios , que pareciam esculpidos, do belo, alto e agora domado, ele apenas levantou a cabeça e olhou-a nos olhos, dessa vez ele estava ali, perto, parecia ter aceitado o destino, seria devorado,  fechou os olhos. O que  recebeu não foi o que esperava, após fechar os olhos sentiu um calor leve e delicado preenchendo a  sua boca aos poucos, ao mesmo tempo, um toque gelado, convidativo e aconchegante nas suas bochechas; percebeu que ela estava com fio, colocou suas  mãos grandes e quentes na cintura da menina, ela não esperava por isso, ele sentiu uma hesitação vindo dela, logo passou, ela se acostumou, ela gostou, ambos se sentiram completos naquele momento, não durou muito, o professor chegou; a menina se levantou e foi para a sua carteira, dessa vez nada a segurou. A menina voltou ao seu mundo, apoiou levemente o seu rosto na sua mão, olhou para a nuca do rapaz, pôs-se a pensar, poderia alguém ter percebido o que havia se passado? não, estava tudo bem ninguém estava olhando .

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