segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

...

Falam, Falam, Falam.
falam entre si.
falei.
Tentei de novo...
Falei;
ninguem ouviu...

domingo, 17 de agosto de 2014

Olhos de pantera

Estava tudo bem, ninguém estava olhando, a menina se levantou da carteira, apoiou sua pequena e fria mão no ombro do rapaz , olhou em seus olhos, quando viu já o beijava, fechou os olhos,se afastou um puco, mas deixou sua mão bem onde estava, o rapaz a olhou de baixo com um olhar vago,  levou a sua mão até o rosto e tocou o seus lábios, ele não estava entendendo, a menina abriu seus olhos esboçou um leve sorriso, virou de costas para o rapaz e seguiu em direção a sua cadeira, deu um passo, deu. Antes que pudesse dar outro passo sentiu algo quente,forte, e carinhoso em seu pulso, olhou com o canto do olho, o rapaz ainda estava confuso, inda olhava para ela com aquele mesmo olhar vazio e distante, mas dessa vez parecia estar chegando mais perto, ela virou outra vez, mas agora era para se aproximar. A mão dele, que a segurava firme, afrouxava a cada centímetro que ela se aproximava, ela, a cada centímetro parecia mais focada, cada vez mais se mostrava uma caçadora hábil. Ela se sentou na carteira dele, apoiando suas canelas finas e delicadas próximas as coxas fortes do rapaz encurralado, no plástico frio, o frio já era irrelevante, ela avançou devagar na direção dos lábios , que pareciam esculpidos, do belo, alto e agora domado, ele apenas levantou a cabeça e olhou-a nos olhos, dessa vez ele estava ali, perto, parecia ter aceitado o destino, seria devorado,  fechou os olhos. O que  recebeu não foi o que esperava, após fechar os olhos sentiu um calor leve e delicado preenchendo a  sua boca aos poucos, ao mesmo tempo, um toque gelado, convidativo e aconchegante nas suas bochechas; percebeu que ela estava com fio, colocou suas  mãos grandes e quentes na cintura da menina, ela não esperava por isso, ele sentiu uma hesitação vindo dela, logo passou, ela se acostumou, ela gostou, ambos se sentiram completos naquele momento, não durou muito, o professor chegou; a menina se levantou e foi para a sua carteira, dessa vez nada a segurou. A menina voltou ao seu mundo, apoiou levemente o seu rosto na sua mão, olhou para a nuca do rapaz, pôs-se a pensar, poderia alguém ter percebido o que havia se passado? não, estava tudo bem ninguém estava olhando .

sábado, 14 de junho de 2014

aqui,
ali, por ai
to aqui
mas e dai ?
nada, so quis dizer
que amanha eu fui
e não voltará
aqui


Dicionário offline

  Hoje em dia usamos as palavras baseando-nos no senso comum,geralmente nem sabemos seus reais significados  (eu mesma me penalizo por cair "nisso"),  como consequência nossas frases, textos, pensamentos e sentimentos, quando transmitidos para os outros  oralmente acabam perdendo o sentido, o peso e se perdem na banalidade.
Parando pára pensar, é como se ,obviamente, junto com as mudanças na nossa sociedade nosso jeito de nos comunicar também está mudando, mas para mim parece que está se deteriorando ao mesmo tempo que "evolui". Mesmo tendo vários novos meios de nos comunicarmos, nós acabamos perdendo palavras significados nessa interface entre comunicação, sentimentos ( que já são complicados  o suficiente por si só ) tecnologia e o "meio mais fácil.
  Com a "evolução" dos meios de comunicação e outras tecnologias uteis ou inúteis,a pesar de ganharmos, também perdemos muito; na minha opinião, a internet é um dos principais fatores para essa deterioração conjunta, pois ela nos possibilitou, e acredito eu que possibilitará muitas novas descobertas e avanços incríveis que teoricamente melhorarão e facilitarão as nossas vidas. Como consequência disso simultaneamente algo terá que ser ou acabará sendo sacrificado, assim como as nossas palavras e o nosso entendimento a respeito de seus significados tem sido sacrificados durante essa nova onda de redes sociais, facilidade e versatilidade a venda. Como dito anteriormente (não muito explicito :p ) eu sou contra isso, por que faz com que  nossas frases, textos, pensamentos e sentimentos, quando transmitidos para os outros  oralmente  percam o sentido, o peso e se torne nada mais que algo mais; e se isso faz com que NÓS alienados de plantão, abemos nos tornando apenas, só apenas, mais um comum, sem mais.